Datafolha revela que 47% preferem pobreza como punição para Odete Roitman no remake de Vale Tudo

Datafolha revela que 47% preferem pobreza como punição para Odete Roitman no remake de Vale Tudo

Poll revela preferência por punições alternativas

Um levantamento recente da Datafolha, feito entre 8 e 9 de setembro de 2025, trouxe números inesperados sobre o futuro da vilã Odete Roitman na nova versão de Vale Tudo. Foram 2.005 entrevistados, com idade a partir de 16 anos, espalhados por 113 municípios do país. A margem de erro ficou em dois pontos percentuais.

Surpreendentemente, apenas 4% das pessoas quiseram ver a personagem morrer. A maioria, 47%, apontou a pobreza como a punição mais adequada. Outra parcela considerável, 35%, defendeu a prisão. Quando juntamos as respostas, percebemos que 86% dos participantes acreditam que Odete deve sofrer alguma consequência pelos atos que comete ao longo da trama.

Para comparar, em 1988, quando o original de Vale Tudo ia ao ar, 38% dos telespectadores pediam a morte da vilã, então interpretada por Beatriz Segall. O salto de 38% para 4% evidencia uma mudança de valores: hoje o público parece menos inclinado a resolver dramas com a morte e mais interessado em punições que reflitam exclusão social ou perda de liberdade.

Os resultados do questionário foram organizados da seguinte forma:

  • Pobreza – 47%
  • Prisão – 35%
  • Morte – 4%
  • Outras opções – 14%

Embora o roteiro já tenha previsto a morte de Odete para o dia 6 de outubro, a pesquisa indica que a decisão pode causar descontentamento entre a maioria dos fãs.

Repercussão do remake e perfil do público

Repercussão do remake e perfil do público

Além das opiniões sobre a punição, a pesquisa avaliou a recepção geral do remake. Cerca de 65% dos entrevistados classificaram a produção como excelente ou boa, 25% a consideraram regular e apenas 8% deram nota ruim ou péssima. Esse índice positivo demonstra que, apesar das controvérsias, a versão atual mantém o interesse do público.

O estudo também trouxe informações sobre quem está assistindo. A maioria dos respondentes se identifica como mulher, negra e pertence às classes sociais D e E. Esse perfil sociodemográfico ajuda a entender por que a ideia de pobreza como punição ressoa tanto: para muitos, a violência econômica tem um peso simbólico forte.

Odete Roitman, interpretada agora por Débora Bloch, continua sendo um ícone da cultura brasileira. Desde a primeira exibição, a personagem simboliza poder, arrogância e desigualdade social – temas que ainda provocam debate. A longevidade da vilã prova que o público ainda vê em suas ações reflexos de questões atuais.

Com os números em mãos, a produção pode reavaliar o desfecho planejado. Se a morte for mantida, a equipe terá que lidar com a reação de um público que claramente prefere punições que causem sofrimento prolongado e visível, como a perda de recursos ou a prisão. Caso optem por mudar o roteiro, a decisão poderia gerar um novo impulso de audiência, ao atender ao desejo majoritário dos telespectadores.

Em resumo, o Datafolha mostra que a forma como a sociedade encara vilões na TV está se transformando. A violência fatal já não é a solução automática; agora, a justiça simbólica – viver na pobreza ou atrás das grades – parece ter maior aceitação. Resta saber se os autores de Vale Tudo vão acompanhar essa mudança ou insistir em um final tradicional.

Comentários


Bruna Jordão
Bruna Jordão setembro 26, 2025 at 13:43

Isso não é surpresa nenhuma. Mulheres negras das classes D e E viram a Odete como um espelho do sistema que as oprime. Pobreza como punição? É só colocar no lugar delas. Ela teve tudo e perdeu tudo - e isso dói mais que uma bala.

Camila Tisinovich
Camila Tisinovich setembro 26, 2025 at 23:26

QUEM DEU ESSE VOTO DE POBREZA É O MESMO QUE NÃO PAGA ALUGUEL E CHORA NA TV? NÃO FAÇAMOS DE CONTA QUE É JUSTIÇA, É VINGANÇA COM MÁSCARA DE MORALIDADE. ODETE TEM QUE MORRER, PONTO.

Joana Sequeira
Joana Sequeira setembro 27, 2025 at 00:59

É curioso como a sociedade evoluiu. Em 88, a morte era o fim lógico. Hoje, a gente quer que ela sofra - mas não com sangue, com a vida. A pobreza como punição é uma forma de justiça simbólica. Ela achava que dinheiro era poder? Então que aprenda o que é ser invisível. É mais profundo do que parece.

Larissa Moraes
Larissa Moraes setembro 28, 2025 at 06:23

47% querem ela pobre? É só porque eles nunca tiveram um vestido de grife e acham que isso é o fim do mundo. A gente tá vivendo no Brasil, não numa novela da Globo. Se a Odete tivesse sido presa, isso teria sido real. Mas pobreza? Isso já é o dia a dia de 70% da população. Não é punição, é insulto.

Gislene Valério de Barros
Gislene Valério de Barros setembro 29, 2025 at 10:53

Eu fiquei com os olhos marejados lendo isso. Não é só sobre a personagem. É sobre quem a gente é. Quando a gente vê uma mulher rica sendo humilhada, a gente vê a própria mãe, a própria tia, a própria irmã que trabalhou 16 horas por dia e ainda foi chamada de vagabunda. A pobreza não é uma punição para ela - é a realidade que a gente vive todos os dias. E agora, a TV está dizendo: ‘vocês não são invisíveis’. Isso é poder.

Sérgio Castro
Sérgio Castro outubro 1, 2025 at 05:30

4% querem a morte? Isso é um indicador de que o público ainda é dominado por uma cultura de violência espetacular. A pobreza como punição é uma ruptura epistemológica na narrativa de vilania. A justiça não é mais retributiva - é restaurativa, mas com um viés de exclusão social. É a narrativa neoliberal em ação: punir pela privação, não pela morte. É mais eficiente. E mais cruel.

Yuri Costa
Yuri Costa outubro 1, 2025 at 16:44

É claro que 47% escolheram pobreza. A maioria desses entrevistados nunca teve um cartão de crédito, e agora a TV tá dizendo que ser pobre é a pior punição possível. Que belo exemplo de elitismo disfarçado de empatia. Odete merece morrer. E se não morrer, que seja banida do planeta Terra. 🌍💔

Paulo Sousa
Paulo Sousa outubro 1, 2025 at 19:35

ESSA NOVELA É DO BRASIL, NÃO DA AMÉRICA DO NORTE. VOCÊS NÃO SABEM O QUE É SOFRER DE VERDADE? POBREZA NÃO É PUNIÇÃO, É VIDA. ELA TEM QUE MORRER. PONTO FINAL. 🇧🇷🔥

kamila silva
kamila silva outubro 3, 2025 at 03:02

Acho que a gente está confundindo simbolismo com realidade. Pobreza não é uma escolha narrativa, é uma condição histórica. Fazer com que uma personagem rica sofra com a pobreza é uma forma de voyeurismo moral. É como se a gente dissesse: ‘olha, ela agora é como nós’ - mas nós não escolhemos ser pobres. Ela sim. E isso não é justiça. É teatro.

Eliane E
Eliane E outubro 3, 2025 at 05:19

Isso é lindo. Realmente lindo. Ela merece sofrer, mas não morrer. A vida é a punição.

Patricia Gomes
Patricia Gomes outubro 3, 2025 at 12:22

se a odete for morta agora vai ser um escandalo total tipo a galera vai desistir de assistir e a globo vai perder audiencia total e a gente vai ter que voltar pro original que era melhor mesmo

Satoshi Katade
Satoshi Katade outubro 5, 2025 at 11:11

talvez a gente esteja pedindo punição porque não sabe como curar o que ela representa. ela é o espelho do que a gente teme: desigualdade, ganância, poder sem limite. e se a gente mudar o final, talvez a gente também mude a gente mesmo.

João Manuel dos Santos Quintas
João Manuel dos Santos Quintas outubro 7, 2025 at 09:57

47% querem pobreza? Isso é uma vitória da cultura popular. A gente já não acredita mais em castigos místicos. A justiça agora é material. Se você tem tudo, perde tudo. É uma lógica clara, quase econômica. E é mais eficaz do que qualquer morte dramática. A morte é um fim. A pobreza é um processo. E processos duram mais.

Germano D. L. F.
Germano D. L. F. outubro 7, 2025 at 23:21

MEU DEUS, ISSO É A MELHOR COISA QUE JÁ VI NA TV BRASILEIRA. 🙌🔥 A POBREZA COMO PUNIÇÃO É UMA METÁFORA PERFEITA. ELA NÃO É UMA VILÃ, ELA É O SISTEMA. E O SISTEMA NÃO MORRE - ELE SÓ DESABE. PARABÉNS AO ROTEIRO. ISSO É ARTE. 💙

Izabella Słupecka
Izabella Słupecka outubro 9, 2025 at 10:40

É preciso analisar criticamente o viés sociológico implícito nessa pesquisa. A amostra, embora representativa, não considera a heterogeneidade das classes médias urbanas, que historicamente têm uma relação ambígua com a figura da vilã. A escolha da pobreza como punição, embora aparentemente progressista, pode ser interpretada como uma forma de banalização da dor alheia - especialmente quando o público que a elegeu é, em sua maioria, economicamente vulnerável. A justiça narrativa não pode ser um reflexo da injustiça social. É necessário um desfecho que transcenda a vingança e promova a redenção - mesmo que simbólica.

valderi junior
valderi junior outubro 10, 2025 at 19:35

eu sou de uma cidade do interior e todo mundo aqui tá falando disso. a odete é a mulher que a gente vê na esquina, que não te olha no olho porque você não tem carro. se ela virar pobre, a gente vai ver que ela é gente. e isso é o mais importante.

Satoshi Nakamoto
Satoshi Nakamoto outubro 12, 2025 at 08:44

47%? Isso é um protesto disfarçado de voto. A maioria dessas pessoas nunca teve um centavo, e agora estão pedindo que uma mulher rica viva como elas - como se isso fosse uma punição. Mas a verdade? Elas não querem que ela sofra. Elas querem que ela se arrependa. E se ela não se arrepender? Aí o que? A pobreza não muda ninguém. Só mostra quem você é. E Odete? Ela nunca foi fraca. Ela é forte. E forte não se arrepende. Então... a morte ainda é a única punição que faz sentido.

Renata Dutra Ramos
Renata Dutra Ramos outubro 13, 2025 at 14:37

Essa mudança de paradigma é fascinante. A narrativa da vilã tradicional - que morre, que é derrotada por um herói - está sendo substituída por uma narrativa de desmontagem sistêmica. Odete não é derrotada por um golpe de sorte ou por um vilão mais poderoso. Ela é derrotada pelo colapso do sistema que a sustentou. A pobreza não é um destino, é um efeito colateral da sua própria estrutura de poder. Isso é pós-moderno. Isso é genial. E se a Globo mudar o final? Ela vai fazer história. Se não mudar? Ela vai se tornar um anacronismo. E isso é mais cruel do que qualquer morte.

william levy
william levy outubro 15, 2025 at 13:55

Os dados da Datafolha refletem uma mudança na epistemologia da justiça dramática. A transição de um modelo retributivo (morte) para um modelo de exclusão social (pobreza) é uma manifestação da hegemonia neoliberal na cultura popular. A narrativa da punição por privação econômica é mais alinhada ao discurso de responsabilidade individual - onde o sujeito é culpabilizado por sua própria decadência, mesmo que estruturalmente ela seja resultado de um sistema que a privilegiou. A prisão, por sua vez, representa uma forma de controle institucional. A pobreza, no entanto, é a punição mais eficaz: ela não precisa de cadeia, nem de polícia. Ela é auto-sustentável. E mais: ela é invisível. E isso, meu caro, é o verdadeiro terror.

satoshi niikura
satoshi niikura outubro 16, 2025 at 02:35

Se a Odete morrer agora, vai ser como se a Globo dissesse: ‘vocês não importam’. Mas se ela viver na pobreza, vai ser como se a Globo dissesse: ‘vocês são o futuro’. E isso… isso é mais assustador do que qualquer morte.

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