Quando Marcos Veras de Oliveira subiu ao palco do Teatro Porto Seguro em 16 de junho de 2023, o público de São Paulo não suspeitava que Alguma Coisa Podre! – A Comédia Mais Hilária da BroadwayTeatro Porto Seguro seria o mais quente da temporada. O musical, adaptação brasileira do sucesso da Broadway "Something Rotten!", chegou com a promessa de misturar humor histórico e números de sapateado, tudo temperado por um elenco que já faz nome nos palcos nacionais.
Contexto e anúncio do casting
A parceria entre Touché Entretenimento e Barho Produções foi oficializada em abril de 2023, quando ambas as casas anunciaram o elenco principal. Além de Laila de Souza Garin, que assumiu um dos papéis de destaque, a produção trouxe George Sauma de Andrade como o pugilista de palavras William Shakespeare e Leonardo Bahia de Oliveira no papel de Nigel do Rêgo Soutto.
O anúncio gerou repercussão imediata na imprensa cultural: a Folha de S.Paulo destacou a combinação de talentos cômicos e vocais, enquanto a revista VEJA São Paulo destacou o investimento de R$ 5,4 milhões (valor estimado de bilheteria) já previsto para a estreia.
Montagem, direção e adaptação
A encenação ficou a cargo de Gustavo Barchilon, diretor artístico de Barho Produções. Barchilon, conhecido por trabalhos como "O Rei Leão" em turnês brasileiras, trouxe uma estética que mescla o barroco inglês com a irreverência da cultura pop atual.
Para que a piada e as referências culturais não se perdessem na tradução, Claudio Botelho assumiu a adaptação do libreto. Botelho, além de tradutor, já adaptou outros sucessos da Broadway, como "Moulin Rouge!", e descreveu o desafio assim: "Precisávamos que o humor fosse tão afiado quanto o rap de Shakespeare, mas ainda compreensível para o brasileiro de quinta-feira à noite".
Cronograma das temporadas e recepção do público
A primeira temporada correu de 16 de junho a 6 de agosto de 2023, com sessões às sextas (20h), sábados (16h e 20h) e domingos (15h e 19h). O preço dos ingressos variou de R$ 50 a R$ 250, e, segundo o Broadway World Brazil, todos os 72 shows foram vendidos.
Estima‑se que cerca de 36 mil espectadores tenham assistido ao espetáculo, gerando um faturamento bruto próximo de R$ 5,4 milhões. "É raro ver uma produção nacional esgotar tão rapidamente, ainda mais dentro de um cenário pós‑pandemia", comentou o produtor executivo da Touché Entretenimento, João Silva, em entrevista ao portal G1.
Devido ao sucesso, a diretoria anunciou, em 7 de agosto de 2023, uma nova temporada em São Paulo, iniciada em 11 de maio de 2024, e, em 15 de janeiro do mesmo ano, confirmou a estreia no Rio de Janeiro para 5 de abril de 2024, no Teatro dos Grandes Atores Casa Grande, localizado na Avenida Vieira Souto, 80, Ipanema.
Críticas e reconhecimento da mídia
O crítico de teatro Tony Goes, da Folha de S.Paulo, descreveu o musical como “uma das melhores produções do ano” e elogiou especialmente a performance de Marcos Veras de Oliveira: “Ele conduz a comédia com uma energia contagiante, tornando Nick um herói imperfeito, porém irresistível”.
O Broadway World Brazil destacou a química entre Leonardo Bahia de Oliveira e Isabela de Souza Lima (Bel Lima), especialmente no dueto “Onde as Palavras Me Levam Eu Vou”. O site ainda ressaltou a “trilha sonora brilhante” e os “números de sapateado que agradam a todos”.
Em termos de premiações, Prêmio Bibi Ferreira 2023 incluiu “Alguma Coisa Podre!” em quatro categorias: Melhor Ator (Marcos Veras), Melhor Ator Coadjuvante (George Sauma), Melhor Versão Musical Adaptada (Claudio Botelho) e Melhor Musical.
Impacto no teatro musical brasileiro e perspectivas futuras
O sucesso comercial e crítico confirma uma tendência crescente: o público brasileiro está ávido por musicais que combinem humor universal e referências culturais locais. Analistas de mercado apontam que a arrecadação de R$ 5,4 milhões em apenas dois meses coloca “Alguma Coisa Podre!” entre as produções mais rentáveis da história recente do teatro de São Paulo.
Especialista em cultura, a professora Ana Paula Mendes (Universidade de São Paulo) afirmou: “Essa produção prova que a adaptação não é mera cópia, mas uma reescrita que dialoga com a identidade nacional. As próximas temporadas em SP e RJ serão fundamentais para consolidar esse modelo de negocio”.
Com duas novas temporadas já confirmadas, o elenco pretende acrescentar números inéditos e interações com o público, mantendo a promessa de “um show divertido e brincalhão”. Os produtores ainda cogitam levar a peça a outras capitais, como Brasília e Recife, antes de fechar o ciclo de 2024.
Perguntas Frequentes
Como ficou a bilheteria da primeira temporada em São Paulo?
A temporada de 2023 vendeu 72 espetáculos, totalizando cerca de 36 mil ingressos e gerando aproximadamente R$ 5,4 milhões em receita, segundo dados divulgados pelos produtores.
Quais foram as principais diferenças da adaptação brasileira em relação ao original da Broadway?
A versão nacional inseriu piadas regionais, trocadilhos com o português e referências ao cotidiano brasileiro, além de ajustar algumas coreografias para acomodar o estilo de dança local.
Quem são os atores principais e quais papéis eles interpretam?
Marcos Veras de Oliveira interpreta Nick do Rêgo Soutto, Laila Garin aparece como a rainha da corte, George Sauma de Andrade encarna William Shakespeare, Leonardo Bahia de Oliveira faz o papel de Nigel do Rêgo Soutto e Bel Lima (Isabela de Souza Lima) assume o papel de uma protagonista carismática.
O que os críticos elogiaram mais na produção?
Os críticos destacaram a energia cômica do elenco, a qualidade da trilha sonora, a coreografia de números de sapateado e a habilidade da direção de Gustavo Barchilon de equilibrar humor histórico com linguagem contemporânea.
Quando começam as próximas temporadas em São Paulo e no Rio de Janeiro?
A nova temporada de São Paulo tem estreia marcada para 11 de maio de 2024, enquanto a temporada do Rio de Janeiro começou em 5 de abril de 2024 no Teatro Casa Grande.
Comentários
gerlane vieira outubro 19, 2025 at 19:00
O hype em torno de “Alguma Coisa Podre!” parece mais marketing do que mérito real. O elenco até que tem talento, mas a produção ainda joga no filtro barato de “é Broadway, então é bom”.
Luciana Barros outubro 24, 2025 at 20:51
Embora o espetáculo tenha atraído atenção, a sua execução demonstra uma combinação intrincada de humor histórico e crítica contemporânea que eleva a experiência teatral.
Renato Mendes outubro 29, 2025 at 22:42
Mano, que energia esse musical tem! Cada número de sapateado deixa a galera ligada, e ainda rola aquele toque de história que faz a gente dar risada e aprender ao mesmo tempo.
Mariana Jatahy novembro 4, 2025 at 00:33
A produção realmente supera expectativas, porém é crucial observar que a adaptação contém nuances que podem passar despercebidas por um público menos atento. 😉
Camila A. S. Vargas novembro 9, 2025 at 02:23
É notável como “Alguma Coisa Podre!” consegue equilibrar humor e relevância cultural, reforçando a capacidade do teatro brasileiro de inovar e encantar audiências diversificadas.
Priscila Galles novembro 14, 2025 at 04:14
Gente, eu fui ver o musical e sai com a sensação de que algo importante mudou na cena de SP.
Primeiro, a energia do Marcos Veras foi contagiante, ele realmente sorri pro publico e faz a galera rir.
A Laila Garin trouxe uma presença de palco que parece ter sido treinada pra brilhar.
Os números de sapateado são super bem coreografados, dá até vontade de tentar um passo.
A trilha sonora tem aquele toque de Broadway, mas com letras que falam do nosso dia a dia.
Mesmo o diretor Barchilon parece ter entendido a mistura de barroco e pop.
Eu notei alguns momentos em que a piada regional caiu meio flat, mas logo foi compensada por outra mais universal.
O cenário tem detalhes que lembram a Inglaterra, porém com cores brasileiras, muito legal.
A iluminação ajudou a criar momentos de suspense cômico, principalmente nas cenas de Shakespeare.
O público estava bem diverso, o que mostra que o espetáculo está atraindo gente de vários cantos da cidade.
Sobre preço de ingresso, achei justo, considerando a produção de alto nível.
Os críticos elogiaram principalmente a química dos atores, e eu concordo totalmente.
Também vale mencionar que o show tem interatividade com a plateia, o que deixa tudo mais dinâmico.
Sei que ainda vai ter mais temporadas, e eu já estou programando ir de novo no Rio.
Em resumo, vale a pena assistir, tanto pela diversão quanto pela qualidade artística.
Michele Hungria novembro 19, 2025 at 06:05
Apesar da publicidade exuberante, o espetáculo mostra sinais de produção apressada e falta de profundidade temática.
Glauce Rodriguez novembro 24, 2025 at 07:56
Discordo da avaliação anterior; ao analisar a obra sob a ótica nacionalista, percebe-se que ela promove nossa cultura com vigor e autenticidade.
joao pedro cardoso novembro 29, 2025 at 09:46
Vale notar que o faturamento de R$5,4 milhões em apenas duas temporadas coloca a peça entre as maiores bilheterias da história recente do teatro paulistano.
Murilo Deza dezembro 4, 2025 at 11:37
Interessante,, mas,, será que o sucesso se deve apenas ao marketing,, ou há mérito artístico real,,?