Eduardo Paes: quem é, o que fez e por que ainda importa

Se você acompanha a política brasileira, já ouviu o nome Eduardo Paes. Ele foi prefeito do Rio de Janeiro por duas gestões (2009‑2016) e, depois de um intervalo, voltou ao cargo em 2021. Mas quem é o cara por trás das manchetes? Vamos entender sua história, os projetos que marcaram sua administração e o que pode mudar no futuro.

Da tribuna ao Palácio Municipal

Eduardo Paes começou na política como secretário de Turismo da cidade, então liderada por Cesar Maia. Em 2005, assumiu a Secretaria de Portos e Energia e fez questão de modernizar o Porto do Rio. Essa experiência nos setores estratégicos abriu portas para a candidatura a prefeito em 2008.

Ele venceu a eleição com 52% dos votos, prometendo melhorar a segurança, a mobilidade e a imagem internacional da cidade. Durante a primeira gestão, o foco foi a preparação para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. A construção de estádios, a revitalização da zona portuária e a ampliação do metrô ganharam destaque.

Projetos que deixaram marca

Entre os principais projetos de Paes, a revitalização da área portuária, agora chamada de Porto Maravilha, merece destaque. O investimento de bilhões de reais trouxe novos empreendimentos residenciais, comerciais e culturais, como o Museu do Amanhã. Apesar das críticas sobre gentrificação, a zona passou de um espaço abandonado para um polo de inovação.

Na mobilidade, o prefeito deu o pontapé na expansão da Linha 4 do metrô, que liga a Barra à zona sul, e lançou o programa de ciclovias “Rio Bike”. Os resultados foram mistos: o metrô se modernizou, mas o trânsito ainda sofre de congestionamentos crônicos.

Na segurança, Paes implantou o programa "Rio Seguro", que aumentou a presença policial em áreas críticas. Embora tenha reduzido alguns índices de crime, a violência ainda é um desafio e parte da população questiona a manutenção de políticas de repressão.

Depois de deixar a prefeitura em 2016, Paes tentou a presidência da República, mas não conseguiu chegar ao segundo turno. Em 2020, aproveitou o descontentamento da população com a gestão anterior para se eleger novamente em 2021.

O que esperar da nova gestão

Na atual administração, Paes tem focado em três pilares: recuperação econômica pós‑pandemia, saneamento básico e continuidade dos projetos de mobilidade. O programa "Rio de Todos" visa levar água tratada a bairros ainda não atendidos, enquanto a parceria com a Uber para transporte público tenta desafogar o trânsito.

Um ponto que gera debate é a relação com o setor privado. Paes costuma fechar parcerias com grandes empreendimentos, como o Consórcio Vivo, que assumiu parte da iluminação pública. Críticos dizem que isso pode abrir espaço para concessões que privilegiam lucro sobre serviço.

Para quem vive na cidade, o que importa agora são os serviços do dia a dia: saneamento, segurança e transporte. As promessas são muitas, mas a execução depende de recursos federais, aprovação legislativa e da própria capacidade de gestão da equipe municipal.

Em resumo, Eduardo Paes é um político que soube usar eventos esportivos para impulsionar a infraestrutura do Rio, mas também enfrenta críticas por desigualdades e pela dependência de contratos privados. Se ele conseguir equilibrar investimentos com inclusão social, pode deixar um legado mais equilibrado. Caso contrário, a imagem de gestor eficaz pode se diluir.

Fique de olho nas próximas decisões da prefeitura – elas vão mostrar se a experiência de Paes será suficiente para enfrentar os desafios atuais do Rio de Janeiro.