Vacinação: tudo que o residente de medicina precisa saber hoje
Se você está começando a carreira médica, a vacinação vai aparecer todos os dias, seja na consulta, no pronto‑socorro ou na atenção básica. Saber o calendário, as novas recomendações e como lidar com dúvidas dos pacientes pode fazer a diferença no seu dia a dia e na saúde da população.
Calendário de vacinas 2025: o que mudou?
Em 2025 o Ministério da Saúde trouxe duas mudanças importantes. Primeiro, o reforço da vacina contra a gripe agora começa em abril, antecipando a temporada de surtos. Segundo, a vacina conjugada contra o pneumococo foi incluída no esquema infantil de 6 a 12 meses, substituindo a antiga pneumocócica polysaccharidica. Para adultos, o reforço da dose única de covid‑19 passou a ser recomendado para quem tem mais de 60 anos ou com comorbidades.
Além disso, a campanha nacional de vacinação contra o rotavírus foi ampliada para regiões Norte e Nordeste, onde a cobertura ainda fica abaixo da meta. Se você trabalha em unidades dessas áreas, é fundamental reforçar a importância da dose completa para prevenir diarreia grave em bebês.
Desafios no consultório: hesitação e desinformação
Um dos maiores obstáculos atuais é a hesitação vacinal. Muitos pacientes chegam com dúvidas que nasceram de notícias falsas nas redes sociais. A estratégia mais eficaz costuma ser a escuta ativa: deixe a pessoa falar, reconheça o medo e apresente os dados de forma simples, como a redução de risco de hospitalização em mais de 90 % para a maioria das vacinas.
Use exemplos reais. Por exemplo, explique que a vacina contra a varicela evita não só a doença, mas também complicações como pneumonia e encefalite. Quando o paciente visualiza o benefício concreto, a confiança costuma aumentar.
Outro ponto crítico é registrar tudo no prontuário eletrônico. Anotar a data, lote e a via administrada garante que o paciente receba o reforço no tempo certo e evita perdas de informação ao trocar de serviço de saúde.
Para os residentes que ainda não têm experiência em campanhas de vacinação, vale participar de programas de imunização nas unidades básicas de saúde. Lá, você pode observar a logística, aprender a lidar com a fila de pacientes e entender como funciona o monitoramento de efeitos adversos.
Não deixe de conferir as notas técnicas da Anvisa sobre reações adversas raras. Saber identificar sinais de anafilaxia ou síndrome de Guillain‑Barré ajuda a agir rápido e a tranquilizar o paciente.
Por fim, lembre‑se de que a vacinação não é só aplicar a dose. Ela inclui conversar, esclarecer, registrar e acompanhar. Quando você encara cada etapa como parte do cuidado integral, o resultado é uma comunidade mais protegida e um médico mais confiante.
Brasil Elimina Sarampo Novamente: Um Marco na Saúde Pública
por Juniar Priscila
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O Brasil eliminou novamente o sarampo, alcançando o reconhecimento da OPAS e da OMS. Após surtos entre 2018 e 2022, que resultaram em mortes e milhares de casos, o país intensificou seu Programa Nacional de Imunizações, melhorando a cobertura vacinal e vigilância epidemiológica. A certificação foi recebida pelo presidente Lula em 2024, destacando a vacinação como ferramenta de equidade.
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